Para melhor preparar os alunos para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), a escola pode elaborar questões com características parecidas às apresentadas na prova nos tradicionais simulados na reta final de estudos.
Contudo, o processo para elaborar as questões do Enem não é simples. Isso porque os itens são preparados por especialistas em educação, por meio de chamadas públicas. As questões devem seguir uma série de parâmetros instituídos pelo Inep, órgão responsável pelo exame.
Após todo o processo, as questões são disponibilizadas no Banco Nacional de Itens (BNI) e podem ser usadas nas edições do Enem. Contudo, apenas pessoas autorizadas podem acessar o BNI. Sendo assim, não é possível acessar o banco, pegar as questões e disponibilizá-las a terceiros.
Ou seja, a escola que deseja preparar os alunos em um cenário parecido ao encontrado nos dias da prova, terá que elaborar questões próprias, mas que podem seguir alguns parâmetros adotados pelo Inep. Veja a seguir.
7 dicas para elaborar questões de preparação para o Enem
Para elaborar as questões com nível parecido com o Enem, o ideal é que a escola faça uma equipe pedagógica, com diferentes profissionais. Ademais, é válido rever as edições anteriores do exame para tomá-las como base na preparação. Veja mais dicas a seguir.
1. Estabeleça o objetivo das questões
Como existem vários tipos de avaliações escolares, é impossível elaborar questões sem entender o objetivo delas. Será, por exemplo, para analisar os conteúdos que os alunos absorveram a fim de ajustar o ensino-aprendizagem? Ou para revisar os temas do Enem?
Definir o objetivo da avaliação é essencial para ajustar a finalidade com as questões desenvolvidas. É válido ressaltar que existem algumas habilidades que não podem ser mensuradas por meio de uma avaliação tradicional.
Leia também: Como preparar sua escola para fazer a contagem regressiva do Enem?
2. Defina o nível de dificuldade
A correção do Enem segue a Teoria de Resposta ao Item (TRI), modelo matemático utilizado para evitar que o candidato faça a prova na base do “chute”. Para isso, o sistema atribui pesos diferentes na hora de elaborar as questões do exame. Ou seja, o algoritmo consegue identificar se o candidato acertou uma pergunta porque sabia a resposta ou porque chutou.
Ao fim, a nota final é baseada na quantidade de acertos, no nível das questões corretas. As questões do Enem são separadas em baixa, média e alta dificuldade. Porém, não é possível saber o peso de cada questão, pois isso é decidido pela banca do Inep.
Uma sugestão ao elaborar questões no estilo Enem é seguir o parâmetro adotado pelo Inep. Para não cansar demais os alunos, pode-se intercalar as questões fáceis e difíceis.
3. Siga a estrutura das questões do Enem
Todos sabemos que, independente da área de conhecimento, as questões do Enem são objetivas e de múltipla escolha. É recomendado seguir esse modelo para auxiliar os alunos iniciantes que ainda não tiveram contato com a estrutura da prova:
- texto base ou conteúdo de apoio (gráfico, charge, história em quadrinho, etc);
- referência;
- enunciado;
- cinco alternativas.
Vale ressaltar que o Enem não apresenta pegadinhas. Ou seja, o enunciado das questões precisa ser objetivo e simples para não confundir o aluno. Ao final, o enunciado precisa apresentar uma pergunta ou frase que será complementada pela única alternativa correta.
Ademais, ao elaborar as questões, é fundamental estimar em quanto tempo ela poderá ser respondida, afinal, o candidato tem cerca de três minutos para responder cada questão na prova.
4. Utilize temas dados em sala de aula
Na hora de elaborar as questões, é essencial que a prova esteja coerente com as atividades desenvolvidas pelo professor na sala de aula. Do contrário, a equipe pedagógica não terá como avaliar o desempenho dos alunos de maneira precisa.
A forma como o conteúdo é apresentado ao estudante também precisa ser considerada.
Nesse sentido, é necessário haver um alinhamento entre a equipe que vai elaborar as questões nos moldes do Enem (se houver) com os professores da escola. É necessário que os assuntos do início do ano letivo sejam abordados para que os alunos possam revisar algo que não está totalmente fresco na memória.
5. Priorize os assuntos que mais caem no Enem
Para elaborar as questões, a equipe pedagógica precisa ter em mente quais são os temas que mais caem no Enem. Apesar de existirem inúmeros assuntos que podem ser trabalhados nas quatro áreas do conhecimento, alguns são cobrados com mais frequência no exame.
Assim, a escola pode reunir os temas que mais caem no Enem e definir quais farão parte da avaliação, considerando se o assunto foi dado pelo professor na sala. Caso a instituição de ensino não tenha tempo hábil para elaborar questões na mesma quantidade do Enem, não é necessário abordar o mesmo assunto mais de uma vez.
6. Utilize a interdisciplinaridade
Ao elaborar as questões, a equipe pedagógica precisa ter em mente que o Enem é uma prova que exige interdisciplinaridade. Ou seja, podem ser cobrados conteúdos de diferentes disciplinas do Ensino Médio em uma mesma situação.
Dessa maneira, é necessário elaborar questões nas quais o aluno pode respondê-las utilizando conhecimento de outras aéreas. De preferência, realize questões com áreas correlatas, como História e Filosofia.
7. Prova digital ou impressa?
Desde a edição de 2021, o Enem passou a ser realizado também de maneira digital. Contudo, até o momento, essa opção é liberada para pouco mais de 100 mil alunos.
Apesar de a tecnologia ser uma aliada da escola, na hora de elaborar as questões é necessário que a equipe pedagógica considere que a maioria dos alunos fará o exame impresso.
Ou seja, é sugerido que os simulados sejam impressos para simular ao máximo o cenário que os alunos vão encontrar no dia da prova. Por exemplo, uma dica valiosa para os alunos é sublinhar os trechos mais importantes do texto e do enunciado, o que pode ser mais difícil no Enem Digital.
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