A revolução digital trouxe mudanças significativas para diversas áreas e a educação não ficou para trás. A tecnologia alterou a forma de ensinar, aprender, comunicar e avaliar, trazendo inúmeros benefícios tanto para a gestão escolar, quanto para a aprendizagem dos estudantes e a comunicação com as famílias.
Para decifrar os principais pontos a enfrentar nessa transformação na educação, montamos este artigo para ajudar você ao longo do processo. Vamos juntos?
Ensino tradicional X novo modelo educacional
Não podemos negar que o modelo tradicional de educação está ultrapassado, como as estatísticas nos mostram. Em 2020, tivemos 8,4% dos estudantes abandonando os estudos.
Ao olharmos para os estudantes do quinto ano, mais da metade deles não sabem interpretar textos adequadamente nem solucionar equações matemáticas simples.
Muito disso se deve ao fato de que o modelo aplicado nas escolas ainda está focado no professor como detentor do conhecimento, responsável por ensinar e passar o conteúdo aos alunos, que serão avaliados por meio de provas e trabalhos.
Antigamente, os alunos eram vistos como folhas em branco, que deveriam ser escritas pelo educador. O aprendizado era um processo passivo, sem qualquer participação do estudante.
Hoje, no entanto, os jovens questionam muito mais a própria existência e seus propósitos, além de ter acesso a informação com poucos cliques. Não podemos mais educá-los como faziam a décadas atrás.
Com o acesso à Internet, eles precisam dos estímulos certos para se sentirem interessados no aprendizado. Aliás, o próprio aprendizado não é compatível com o modelo tradicional. Nós aprendemos com o cruzamento de informações, as famosas sinapses neuronais.
Quando o conteúdo não se conecta entre si, os jovens apenas decoram o necessário para passar nas provas e depois descartam por não haver ligação entre o que foi decorado e o que vive no dia a dia.
Tecnologia e transformação na educação
Podemos perguntar aos professores e gestores quantos permitem o uso de smartphones e aparelhos em aula, e veremos que muitos são contra. Ainda vemos a tecnologia como impedimento ao aprendizado.
As crianças e os adolescentes de hoje nasceram conectados, têm mais destreza no meio digital, mas não sabem quais informações são confiáveis e quais são os melhores lugares para buscar conhecimento.
Nesse ponto entra o professor, usando a tecnologia para direcionar o aluno e ajudá-lo em sua jornada de aprendizagem. Com isso, o estudante se torna protagonista do seu processo educacional, em vez de ser apenas um simples observador. É preciso trazer a tecnologia para dentro da sala de aula, pois é o habitat natural da Geração Z.
Professores também precisam de treinamento
Os alunos cresceram em meio à tecnologia, enquanto muitos dos professores vieram de outra época, com isso, a resistência digital pode ser mais acentuada. Para que a revolução digital alcance as escolas, os educadores precisam entender as ferramentas tecnológicas, para que possam usá-las em sala de aula. E para que isso funcione, é preciso treiná-los.
Enquanto o meio digital for considerado como inimigo ou substituto, não será possível inserir a tecnologia nas escolas, dificultando a transformação na educação que é preciso alcançar.
Não se trata apenas de decifrar os aparelhos, mas preparar os professores para o novo método de educação. Investir na educação continuada dos professores é garantir que terão acesso a metodologias inovadoras e, consequentemente, os estudantes estarão mais bem preparados com as melhores técnicas de aprendizagem.
Além disso, é importante manter os professores motivados ao longo do processo. Tal qual os alunos precisam se sentir protagonistas em sua jornada educacional, os professores também.
Saber que não serão substituídos pela tecnologia e que são capazes de usar as ferramentas digitais em prol dos estudantes, ajuda a fazê-los retomar o controle sobre suas carreiras.
Implementando as novas práticas educacionais
A revolução digital nas escolas não é um processo fácil, mas também não é impossível. Com os seguintes passos, a educação brasileira poderá se modernizar e priorizar o desenvolvimento dos discentes.
Unir teoria e prática
Um dos principais motivos de evasão escolar e de baixo rendimento é o aluno não enxergar como o conteúdo segmentado se conecta com a sua realidade. Eles recebem diversas informações, mas acabam servindo apenas para aplicar em exames. E tão logo se formam, não encontram utilidade para o que viram em sala de aula.
A escola deve estimular práticas que façam os estudantes inserirem suas vivências no conteúdo e tornar as disciplinas integradas entre si. Usar recursos como gamificação e dinâmicas colaborativas garante que o aprendizado seja mais bem consolidado.
Inserir os pais na rotina de ensino
Para que o discente possa aproveitar ao máximo a aprendizagem escolar, ele precisará da sua família presente nos momentos fora da escola. O apoio familiar torna a criança e o adolescente mais motivado e disciplinado, promovendo um melhor rendimento escolar.
Ter a presença dos pais nas atividades extracurriculares é um desafio para educadores e gestores e, por isso, os esforços da escola precisam se atentar a essa questão.
Além de convidar os pais para reuniões e treinamentos, aplicativos de comunicação são poderosos aliados. Eles abrem uma via de contato entre família e escola, com isso, aumentam a adesão dos familiares na vida escolar do aluno.
Em síntese, a renovação tecnológica nas escolas não é um processo simples, mas traz muito resultado. Como a educação atual é engessada, pautada nos princípios de séculos passados, é preciso mudar a forma de ensinar, pensando na realidade da nova geração.
A tecnologia é uma aliada e uma ferramenta, nunca um empecilho ou uma inimiga da aprendizagem. Como os jovens nasceram com a Internet na palma da mão, precisamos entrar em seu mundo para orientá-los em sua formação.
Quanto antes começarmos a transformação na educação, mais cedo teremos cidadãos ligados aos princípios e os processos do século XXI, e de fato formaremos os estudantes para o que o mercado exige.
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