A Reforma do Ensino Médio se torna uma realidade a cada dia, mas você está por dentro das mudanças e necessidades que ela traz? Entre os principais eixos do novo modelo de educação, teremos os itinerários formativos para nortear o desenvolvimento acadêmico dos estudantes.
Essa novidade significa adaptação dos professores e gestores às novas diretrizes, propostas pela Lei nº 13.415/17. Quer saber como aplicar os Itinerários Formativos e avaliar o desempenho dos seus alunos nesse plano mais recente? Então, continue a leitura deste artigo!
O que são os itinerários formativos?
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) sofreu uma alteração em 2017. Neste contexto, como forma de diversificar os conhecimentos dos estudantes e propiciar-lhes uma visão de mundo mais abrangente e estratégica, surgiram os Itinerários Formativos.
Com isso, a carga horária escolar se dividirá entre as disciplinas obrigatórias, na Formação Geral Básica, e a parte diversificada, com os Itinerários Formativos. Além das aulas tradicionais, o propósito é que também sejam disponibilizados horários com cursos, projetos, oficinas e atividades em laboratórios, correspondentes a, no máximo, 1.800 horas, referentes às disciplinas obrigatórias, e no mínimo 1.200 horas voltadas para os Itinerários Formativos.
Os discentes terão autonomia para escolher entre duas ou mais trilhas para realizar ao longo do Ensino Médio. A escola deve oferecer suporte vocacional e a possibilidade de o aluno mudar de itinerário com aproveitamento dos créditos.
As trilhas não devem ser estabelecidas ao acaso. Sua formulação deve ter como base quatro eixos estruturantes: Investigação Científica, Mediação e Intervenção Sociocultural, Processos Criativos e Empreendedorismo.
Os eixos estruturantes conectam os itinerários entre si, e fazem a ponte do aprendizado com as necessidades de mercado. Seu objetivo é preparar os jovens para o mercado de trabalho e promover valores como cidadania, ética e solidariedade.
O modelo será introduzido, de forma gradual, em 2022 para os alunos do primeiro ano, em 2023 para o segundo e em 2024 para o terceiro, de acordo com a realidade e infraestrutura das escolas. Cada instituição estabelecerá quais itinerários vai disponibilizar aos alunos e como será organizada a grade curricular.
Quais são os benefícios desse novo modelo?
A mudança na metodologia dá ao aluno o protagonismo da sua jornada educacional, para que ele possa entender em quais áreas ele se destaca e pretende se desenvolver dentro da escola.
Por meio de um Projeto de Vida, poderão definir as suas prioridades e aptidões. Isso os ajuda a tomar melhores decisões em relação ao seu futuro acadêmico e profissional.
Os itinerários capacitam o jovem para o mercado, caso seja a sua vontade sair do Ensino Médio e já começar a trabalhar, assim como auxilia o aluno em sua escolha de carreira.
Como avaliar os alunos segundo os itinerários?
A forma de ensinar está mudando, assim como a estrutura do Ensino Médio. Com os itinerários formativos e os eixos estruturantes, as aulas e avaliações precisarão sofrer alguns ajustes.
Em primeiro lugar, cheque as diretrizes do novo regimento e as do seu estado, em busca de um método já validado. Depois, é preciso entender quais são as necessidades do discente com a reforma.
A apresentação expositiva e a prova tradicional podem não ser as melhores opções nesse contexto. Dessa forma, muitos professores e gestores têm dúvidas de qual seria a melhor maneira de avaliar os alunos.
Os eixos de Intervenção Sociocultural e Investigação Científica pedem uma abordagem mais prática e ativa do aluno. Sendo assim, uma prova objetiva, dissertativa ou de múltipla escolha não fornece um parâmetro ideal de avaliação.
Com isso, surgem as rubricas, um mecanismo de avaliação por competências. Ou seja, o estudante gera uma pontuação com o seu desempenho nos itinerários e, por meio dela, será classificado em diferentes níveis.
As rubricas são passadas ao discente no início da disciplina, mostrando quais são as competências avaliadas e o que ele deve fazer para chegar em cada nível. Dessa forma, a avaliação se torna um processo ativo.
Esse instrumento leva em consideração não apenas as competências da área de estudo, mas também, as diretrizes dos eixos estruturais, tal qual a própria necessidade da disciplina.
O que o aluno precisa compreender e dominar para estar apto a avançar no plano de ensino?
A classificação pode ser feita por notas (0 a 10, F ao A, porcentagem) ou por conceito (excepcional, satisfatório, mediano, não satisfatório, insuficiente). O ideal é que a classificação seja única, mas a metodologia, não necessariamente, precisa ser a mesma.
Para as aulas menos interativas, os métodos tradicionais ainda podem ser usados. Então, o ideal é combinar os diversos instrumentos para ter um panorama maior sobre a curva de aprendizado.
Para isso, é importante que a escola defina um regimento próprio, identificando as regras e normas para avaliar os discentes. Ter esse regimento ajuda no aproveitamento de créditos dos alunos que vão mudar de itinerário.
É preciso entender quais são os critérios para considerar um discente apto ou não a migrar de trilha, e como as disciplinas se conectam, de forma que ele possa utilizar o que aprendeu e entenda como poderá começar a estudar em outro itinerário.
Por fim, a educação continuada deve abranger os professores. Quanto mais os profissionais da educação se aprimoram, maior o contato com ferramentas e métodos inovadores.
A avaliação dentro do Novo Ensino Médio pode desafiar os professores, pois temos uma grande mudança na educação. No entanto, a nova BNCC veio para trazer mais autonomia aos estudantes, garantindo o seu protagonismo.
O professor pode sentir um pouco de dificuldade no começo, mas deve se lembrar de que a reforma é benéfica também para os profissionais. Com os novos instrumentos e metodologias, haverá mais chance de entender o progresso dos alunos de maneira mais ampla.
Ainda tem dúvidas sobre os itinerários formativos e como avaliar os seus alunos por meio das rubricas? Deixe um comentário que vamos ajudar!
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