Ao notar alunos com baixo desempenho, é comum que a gestão pedagógica avalie a eficácia dos seus instrumentos de ensino. Entretanto, nem toda criança ou adolescente com notas baixas tem dificuldade pontual, afinal, há transtornos de aprendizagem que justifiquem esse cenário. 

Como os sintomas costumam aparecer no início da vida escolar, os professores devem estar atentos para não confundir dificuldades acadêmicas, que podem ser solucionadas a curto prazo, com déficits no aprendizado, que requerem acompanhamento psicológico e adaptações na escola. Leia este post e fique por dentro do tema! 

O que é transtorno de aprendizagem?

Os transtornos de aprendizagem são distúrbios do neurodesenvolvimento que causam dificuldades específicas na aquisição e no desenvolvimento de habilidades acadêmicas, como leitura, escrita e cálculo. 

Essas dificuldades podem aparecer durante a primeira infância, no entanto é comum o diagnóstico ocorrer após a criança ingressar na escola – sobretudo quando o professor nota que o aluno não consegue realizar determinadas atividades, mesmo quando ele recebe suporte. 

De acordo com o DSM-V (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), as dificuldades na aprendizagem e no uso de habilidades acadêmicas devem persistir por pelo menos 6 meses, mesmo após o aluno receber intervenções dirigidas a essas dificuldades.

Entre os sinais de atenção para os transtornos de aprendizagem, o DSM-V cita: 

  • Leitura de palavras de forma imprecisa ou lenta e com esforço (lê palavras isoladas em voz alta, de forma incorreta ou lenta e hesitante, frequentemente adivinha palavras, têm dificuldade de soletrá-las);
  • Dificuldade para compreender o sentido do que é lido (pode ler o texto com precisão, mas não compreende a sequência, as relações, as inferências ou os sentidos mais profundos do que é lido);
  • Dificuldades para ortografar ou escrever ortograficamente;
  • Dificuldades no raciocínio (tem grave dificuldade em aplicar conceitos, fatos ou operações matemáticas para solucionar problemas quantitativos).

Dificuldade de aprendizagem e transtorno de aprendizagem

Um aluno apresentar dificuldade de aprendizagem não significa que ele tem transtorno de aprendizagem. Cada pessoa tem um ritmo próprio para aprender, consequentemente, nem todos os estudantes absorverão o conteúdo da mesma maneira.

As dificuldades de aprendizagem podem ser causadas por vários fatores, como falta de motivação, problemas de saúde, falta de apoio educacional, mudanças na vida pessoal, entre outros. Essas características, no entanto, não são necessariamente atribuídas a um transtorno de aprendizagem específico.

Por isso, quando a escola percebe que o potencial de aprendizagem do aluno não condiz com o rendimento escolar, é importante verificar se é apenas uma dificuldade passageira ou se trata de um transtorno de aprendizagem, que necessita de acompanhamento e adaptações dentro e fora da escola.   

Apesar de os primeiros sinais serem notados por professores e orientadores, o diagnóstico de transtorno de aprendizagem acontece após o aluno com suspeita passar por avaliações psicológicas e cognitivas com profissionais de saúde

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Quais são os transtornos de aprendizagem?

A seguir, conheça os principais transtornos de aprendizagem relacionados às habilidades acadêmicas. 

Dislexia

A dislexia é um transtorno de aprendizagem relacionado à leitura, afetando a capacidade do indivíduo reconhecer e compreender palavras. As pessoas com dislexia podem ter dificuldade em decodificar palavras, soletrar e compreender textos escritos. Além disso, o atraso da fala e linguagem é um sinal de alerta para o distúrbio. 

Disortografia / disgrafia 

Apesar de serem transtornos de aprendizagem relacionados à escrita, a disortografia está ligada principalmente à dificuldade em escrever corretamente, com diversos erros ortográficos. As pessoas com este distúrbio têm dificuldade em aplicar as regras ortográficas convencionais e cometem erros na escrita das palavras.

Já a disgrafia está relacionada principalmente à dificuldade em produzir uma caligrafia legível e bem-formada, envolvendo aspectos motores. O principal déficit é a falta de habilidade para controlar os movimentos da mão na escrita e/ou desenho. 

Discalculia

A discalculia é um transtorno de aprendizagem ligado aos números, o que interfere na compreensão dos números e no desenvolvimento de habilidades matemáticas. Alunos com esse distúrbio podem ter dificuldade em contar, entender conceitos de quantidade, memorizar fórmulas matemáticas e resolver problemas matemáticos.

Alunos com transtorno de aprendizagem na escola? Saiba como a gestão deve agir

Estimule a conscientização e compreensão

É fundamental que professores e demais funcionários da escola estejam cientes dos diferentes transtornos de aprendizagem e compreendam suas características e efeitos no aprendizado. Isso ajuda a criar um ambiente de compreensão e empatia.

Além disso, é preciso compreensão por parte dos colegas, pois as dificuldades causadas pelos transtornos podem levar ao isolamento e ao bullying. Pode ser necessário a realização de palestras educativas sobre o tema, mas sem expor os alunos que receberam o diagnóstico. 

Personalize o ensino 

Adaptar o ensino para atender às necessidades do aluno é importante para a escola que recebe alunos com transtorno de aprendizagem. Esse processo pode incluir o uso de materiais didáticos e recursos específicos, estratégias de ensino diferenciadas, tempo extra para a realização de tarefas, entre outras ações personalizadas.

Minimize as distrações na sala de aula 

Algumas distrações podem atrapalhar o desempenho dos alunos com transtornos de aprendizagem, pois a maioria desses distúrbios tem a falta de foco e de concentração como característica. Para evitar esse problema, a gestão escolar pode verificar se as interações físicas possuem itens que podem distrair essas pessoas, como excesso de barulho externo. 

Tenha uma parceria sólida com a família 

Com o devido tratamento e acompanhamento, qualquer aluno com transtorno de aprendizagem pode se desenvolver na escola. Mas é preciso que a gestão esteja ciente de quais são as dificuldades que ele enfrenta e o que pode ser feito para mitigar os sintomas na sala de aula, e isso precisa ser feito em conjunto com a família. 

Adote uma linguagem clara

Por mais simples que seja uma instrução, alguns alunos com transtorno de aprendizagem podem demorar para compreender uma atividade ou avaliação. Na hora de dar uma explicação, o professor precisa adotar uma linguagem direta, clara e objetiva, além de verificar se o aluno realmente entendeu. Estar ciente das dificuldades dos alunos é importante para a escola ajustar o ensino de acordo com as necessidades de cada turma.

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