Criar o cidadão global de amanhã exige novas ferramentas e uma nova percepção dos pais
A tecnologia transformou a educação dos filhos tal como os pais a conheciam, e a mutação ainda está em curso. Não raro, os pais já têm certas ideias prontas do que faz parte de um ambiente de aprendizado: livros (de papel), quadro negro, giz, provas periódicas, memorização de conteúdos, desempenho, qualidade do ensino, tempo dedicado ao estudo – todos (e a lista não é exaustiva) elementos que já estavam lá quando eles próprios frequentavam os bancos escolares.
Já vencidas duas décadas do novo milênio, pode-se dizer que poucos daqueles componentes do que se considera uma escola tradicional permanecem válidos. Celulares, tablets, inteligência artificial e internet das coisas fazem parte da paisagem do século 21, trouxeram transformações para a sociedade, o trabalho, a economia e as relações interpessoais, e a escola não ficou imune. Transformar essas tecnologias em instrumentos eficientes de aprendizado é o desafio que se põe aos educadores hoje.
E com toda a importância da tecnologia e seu efeito sobre a educação moderna, ela não é senão um meio. O fim é abordar com as crianças e os jovens a questão socioemocional, que nunca esteve tão presente na escola moderna, para que entendam a questão da empatia, que os aproxime dos problemas das pessoas e da sociedade. A tecnologia traz o benefício de permitir que mais tempo seja ocupado com conteúdos mais válidos do que os adquiridos por repetição mecânica, de pouca valia, se alguma.
Um professor perde tempo de aula com afazeres burocráticos como chamadas, transcrição em lousa e memorização das matérias. A escola moderna, no entanto, espera que ele seja um guia, e não um repositório de conteúdos em que estaria a resposta para tudo. Os conteúdos estão basicamente todos na internet, e os que não estão podem vir a estar a qualquer momento. O professor tem hoje meios para moderar suas turmas através de diversas plataformas e ajudar cada aluno a navegar pelos conteúdos e compor a educação que formará o futuro profissional e o cidadão global, capaz de pensamento crítico.
De posse de um celular, a criança carrega a sala de aula consigo as 24 horas do dia: ambientes de rede, apps de mensagens, salas virtuais, vídeos, contato com os professores, tudo está ali, para que o conhecimento adquirido não seja apenas aquele que se pode comprimir entre quatro paredes por quatro horas diárias. Tanta mudança em relação ao que um dia foi uma sala de aula não precisa assustar os pais, pelo contrário. Os referenciais de que dispõem para entender o atual ambiente escolar podem ser distantes, mas isso é natural: afinal, o mundo de hoje exige novas habilidades. Muitas profissões, como as conhecemos, se tornarão obsoletas. Outras de que nem fazemos ideia precisa hoje se tornarão comuns, mas exigirão mais do que a escola tradicional pode oferecer.
No próximo dia 11, Araçatuba receberá o Innovation Day, no Centro Cultural da Escola SEB Thathi, às 19h30, no centro. O foco da programação será o novo conceito chamado de Educação 4.0. A escola SEB Thathi já tem em sua grade curricular projetos educacionais de vanguarda que aplicam tecnologia no dia-a-dia de seus alunos – como a metodologia e plataforma “AZ Escolas em Rede”, que personaliza a jornada de aprendizagem utilizando inteligência artificial. Em 2020 também contará com o Programa Bilíngue High Five, que levará mais do que aulas de inglês, aulas em inglês, todos os dias, através de projetos transdisciplinares e contextualizados para uma aprendizagem natural, como no idioma nativo. Também estará presente o UBBU, plataforma de programação para crianças, para desenvolvimento do pensamento computacional e do letramento digital. Tudo isso se juntará aos avançados recursos educacionais que já fazem parte do ecossistema da SEB Thathi, como o aplicativo “Binóculo”, que facilita a comunicação entre escola e famílias dos alunos; a plataforma Educacross, de aprendizagem matemática gamificada; aulas de robótica; livros eletrônicos; e outras propostas alinhadas à visão de educar para o amanhã.
O novo já está entre nós, e impôs a questão de como vamos encará-lo. Por isso nunca foi tão importante escolas, alunos e famílias se aproximarem, para entender que educação não é construída por um único agente. A tecnologia permite ao aluno encontrar, guiado pelo professor, qual o caminho mais eficiente para chegar ao conhecimento, e ajuda as famílias a estarem mais presentes na formação escolar dos filhos. Ajuda, enfim, a deixar todos na mesma página em prol do melhor resultado.
Sandro Bonás é CEO da Conexia Educação
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